CIDADE DE BEJA
No dia o7 de Abril de 2019 (Domingo), na cidade de Beja, realizar-se-à a Festa em Honra de Nosso Senhor Jesus dos Passos, conforme Cartaz Programa.
SENTIDO DA PROCISSÃO
Se para muitos, estas ou outras Procissões podem constituir o simples cumprimento de uma tradição, para a Igreja trata-se de algo muito mais profundo, pleno de sentido, a partir da nossa fé que tem como centro e ponto de partida a obra de salvação realizada pela Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Remontando as Procissões às peregrinações ao Templo de Jerusalém, como lemos nos Salmos 42 e 122, tornaram-se uma forma de culto frequente (Jos. 3,5-6.14-16; 4,4-5.15-18; Num. 10, 33-34) e foram assumidas pelos cristãos como testemunho público do seguimento de Jesus Cristo.
De um modo geral, as procissões assumem um significado profundo para os cristãos: como Povo de Deus, caminhamos em comunidade para a Casa do Pai.
Fazemos procissão porque somos um povo que se põe a caminho, rumo a uma meta – a eternidade com Deus – na certeza de que não nos perderemos porque Cristo caminha à nossa frente, no nosso meio e na retaguarda, apontando o rumo, fortalecendo os débeis e oferecendo os meios para que ninguém, debilitado ou esgotado, fique esquecido para trás.
PROCISSÃO DOS PASSOS
São muitos os que vivem esta devoção tradicional, por vezes durante horas, atentos, silenciosos e admirados. Como espetáculo nada há de atraente, antes chocante e dramático, ao contemplar as imagens do Senhor Jesus dos Passos e de Nossa Senhora das Dores.
Perante uma cultura do facilitismo e do gozo da vida, não é fácil acolher a lição do sofrimento, e principalmente, numa manifestação religiosa. A propósito, recordo S. Paulo aos Coríntios que menciona a procura de milagres por parte de muitos, da sabedoria por parte de outros, face à obrigação que ele sentia de pregar Cristo Crucificado, manifestação da sabedoria de Deus.
Porque Cristo e Sua Mãe assumiram o nosso sofrimento e saíram vencedores, temos a ousadia de proclamar que, também hoje, o sofrimento da humanidade pode tornar-se redentor, ao mesmo tempo que assumimos uma atitude activa para que o próprio sofrimento seja vencido.
A realidade chocante dos condenados e crucificados injustamente não terá a última palavra nem será inútil, antes há-de continuar a purificar e a reconduzir à vida.