terça-feira, 25 de outubro de 2016

SOLENIDADE DE S. SISENANDO - DIA DO DIACONADO PERMANENTE EM BEJA


 

 

A cidade de Beja celebrou a Solenidade de S. Sisenando, seu Padroeiro Principal, na tarde do dia 24 de Outubro.

D. João Marcos, Bispo Coadjutor, convocou os Diáconos Permanentes e candidatos ao Diaconado para um encontro de reflexão, no Seminário, a partir das 15.00 horas, subordinado ao tema Diaconia e Serviço / Testemunho de S. Sisenando. Neste encontro, houve ocasião para a partilha da Palavra de Deus, a oração e formação.

Às 18.00 horas, na Sé Catedral, teve início a concelebração solene da Eucaristia, com o canto de Vésperas e a presidência de D. João Marcos.

Na Homilia, D. João Marcos referiu que, sabendo nós muito pouco acerca da vida deste jovem, sabemos o suficiente para nos concentramos no mais importante: Enquanto Diácono, colocou-se ao serviço da Igreja e foi mártir, dando o supremo testemunho da fé. Servir é uma das condições essenciais de todo o cristão.

Antes da Bênção final, D. João Marcos, junto do altar dedicado a este mártir, renovou a consagração da cidade de Beja a São Sisenando, seu Padroeiro. Deste modo, a Igreja confia à guarda e poderosa intercessão de S. Sisenando, junto de Deus, em geral, "as gentes, famílias e instituições", e particularmente, "a juventude que vive e estuda na nossa cidade, as vocações sacerdotais, diaconais, religiosas e missionárias surgidas na Diocese ou para a Diocese".






Jovem, Diácono e mártir

Nascido na nossa cidade no ano 828, bem perto da Igreja do Salvador, foi para Córdova estudar Teologia, onde foi ordenado Diácono e desempenhou com esmero a preparação e orientação do ofício divino, na fidelidade a Jesus Cristo e à Igreja. Perseguido por forças hostis à fé católica, depressa foi preso e condenado à morte, por degolação, com apenas vinte e três anos de idade, e o seu corpo atirado ao rio Guadalquivir, tendo vindo a ser sepultado na igreja matriz de Córdova. A 13 de fevereiro de 1598, o Papa Clemente VIII confirmou, por bula, o culto a este santo mártir, natural de Beja e, a 25 de Junho de 1600, foi trazida para a cidade de Beja uma sua relíquia que se venera na Igreja Catedral, onde está a sua imagem exposta ao culto em altar que lhe foi dedicado.

O testemunho do jovem Sisenando que aceitou partir para fazer a sua formação, o zelo no desempenho das responsabilidades que assumiu e a coragem para defender a fé até ao martírio atestam que podemos confiar nos jovens, assim os ajudemos a encontrar um projeto de vida exigente que vale a pena abraçar.

A reconversão pastoral da Igreja não acontecerá sem a renúncia radical aos nossos velhos hábitos e inclinações próprias de uma Igreja de cristandade e do profissionalismo, propiciador de algumas gratificações, e exigirá capacidade heroica para amar no conflito, porém com liberdade interior e coragem para semear um projeto de vida exigente com suficiente utopia para reconciliar os adolescentes e os jovens com Deus e com a Igreja.

Entretanto, como nas Vésperas da Solenidade, apetece-me continuar a cantar: «São Sisenando, mártir glorioso, no Reino Eterno, roga por teu povo».

 António Novais Pereira